Xavante
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CARTA DE UM JOVEM XAVANTE 

DUTSÃ TÓP’TIRO  

19 de Abril de 2001

   Sou índio Xavante, tenho dezenove anos, estou morando aqui em Belo Horizonte, vivendo um pouco com a cultura de vocês. A minha história vem da natureza e vem da terra. Eu nasci no meio do cerrado e morrerei no meio do cerrado, junto com os pássaros sagrados. Irei junto com eles no outro mundo. Para nós, o pássaro sagrado é quem traz a mensagem,  que avisa quando o homem está em perigo. Porque a natureza depende dos índios. Os índios dependem da natureza, e os animais dependem dos índios. Assim, nós manteremos o contato com os animais e com o espírito da natureza que em volta no ciclo da terra. A minha cultura não é fácil, por exemplo, para se tornar homem maduro, você tem que ter respeito, dignidade, coragem entre os rituais. Quando cai o dia do índio eu vejo os antepassados, os meus ancestrais que já  viviam como muita guerra, defendendo a natureza e lutando pela terra, para poderem sobreviver. Se a natureza acabar um dia, infelizmente os índios vão acabar, porque não têm para onde ir, e nas cidade, as coisas se pagam, cada coisinha, até para morrer.

Dutsã Tóp‘tiro

19/04/2001

 

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